"COMPROMETIDOS NUMA NOVA CIVILIZAÇÃO"

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A 3 e 4 de Dezembro de 2001, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, Portugal, reunimo-nos os Promotores de Justiça e Paz da Europa do Sul dos Sacerdotes do Coração de Jesus.

I. A REALIDADE

Com o dedicado contributo do Dr. Fernando Nobre, Fundador e Presidente da AMI (Assistência Médica Internacional), partimos de um olhar atento pela realidade crescentemente globalizada da nossa sociedade actual. Identificámos algumas realidades que simultaneamente nos preocupam e nos desafiam a renovar a nossa atitude e a nossa acção em favor das causas da Justiça e da Paz:

1 - A nossa sociedade vive profundamente o fenómeno da globalização a nível da economia, da comunicação, desacreditando a política e a pessoa humana. Esta globalização tende a cavar cada vez mais fundo o fosso que separa os ricos cada vez mais ricos dos pobres cada vez mais pobres.

2 - O poder hoje é exercido sobretudo pelos grandes grupos económico-financeiros, que não conhecem fronteiras nem barreiras na sua actividade.

3 - A Comunicação Social promove muitas vezes mais os interesses dos grandes grupos económico-financeiros do que a pessoa humana e a sua dignidade.

4 - Há graves focos de conflitos entre povos, civilizações e religiões, resultantes de um clima indiferença, de intolerância religiosa e cultural e, às vezes com traços de cinismo, que caracterizam as relações inter-culturais da comunidade mundial.

5- Não há nenhuma entidade supra-nacional que exerça uma autoridade firme, coerente e eficaz em todas as nações, dada a crise evidente e a dependência da ONU e outros organismos similares em relação aos Estados mais poderosos.

6 - Há uma significativa falta de valores e de referências políticas e culturais, que se reflectem no desmoronar das ideologias, na desagregação dos tecidos sociais e na destruição dos laços familiares.

II. PROPOSTAS

Não podemos ficar nem indiferentes nem inertes perante toda esta problemática. Na fidelidade ao carisma do nosso Fundador, Pe. Dehon, no seguimento das propostas de acção da Conferência Geral do Recife e na vontade de participar cada vez mais na construção de uma sociedade mais justa e mais humana, propomos:

1 - Aprofundar a dimensão social do nosso carisma, procurando que esta temática esteja presente em todo o nosso percurso formativo.

2 - Potenciar o trabalho de sensibilização e de consciencialização crítica dos promotores de Justiça e Paz e similares, procurando dar-lhes a formação necessária ao bom desempenho da sua missão.

3 - Defender intransigentemente o valor absoluto da vida humana, promovendo a dignidade de todos e cada um dos nossos irmãos, condenando todos os atentados que lhes são feitos: guerra, pena de morte, violência, tortura, exploração, terrorismo.

4 - Promover o ecumenismo e o diálogo inter-cultural, educando para a tolerância, para o respeito e para a colaboração com o outro que é, crê ou pensa diferente de nós.

5 - Pressionar a reforma dos movimentos e organismos internacionais (ONU),, na busca de uma nova ordem mundial democrática.

6 - Sensibilizar os leigos e toda a sociedade civil para a cidadania, o dever de participar e voluntariamente se envolver na construção de uma sociedade mais justa, mais humana, mais evangélica.

7 - Verificar a possibilidade de concretização da prioridade escolhida pela Europa do Sul na Conferência Geral de Recife: "Criar e manter uma ONG e associações semelhantes, como uma forma de apoio ao laicado e ao voluntariado."

Acreditamos que, com a união e a participação activa e dinâmica da sociedade civil, podemos sonhar um futuro mais risonho, mais justo, humano, pacífico e evangélico.

Alfragide, 4 de Dezembro de 2001
Os participantes.


COMMITTED TO A NEW CIVILIZATION.

On the 3rd and 4th December 2001, at the seminary of Our Lady of Fatima, Alfragide, Portugal, we, the Promoters of Justice & Peace of the Priests of the Sacred Heart of Jesus of Southern Europe, held a meeting.

I. THE REALITY

The meeting started off with a very dedicated contribution from Dr. Fernando Nobre, the Founder and President of IMA (International Medical Assistance). We had a very close look at the increasingly globalised reality of our actual society. We identified certain realities, which simultaneously, preoccupy and challenge us to renew our attitude and our action as far as Justice and Peace is concerned.

1. Our society is deeply inserted in the globalisation phenomena at the level of economy and communication, discrediting the politics and human beings. Each time, this globalisation tends to dig further a deep trench, which separates the rich, who become richer each time from the poor who become poorer each time.

2. Today, the power is in the hands of the large economic and financial groups, who do not know any boarders in their activities.

3. Social communication promotes more and more the interests of these big financial and economic groups rather than human persons and their dignity.

4. There is grave focus on the conflicts among people, civilisation and religion, resulting from a climate of indifference, cultural and religious intolerance, and at times with traces of cynicism, which characterises the intercultural relations of world communities.

5. There is not a single supernatural entity, which exercises a firm, coherent and efficient authority, in all the nations, given the evident crisis and the dependency of UNO and other similar organisations in relation to a more powerful United States.

6. There is a significant lack of values and the political and cultural references, which is seen in the collapse of the ideologies, in the disintegration of social connections and the destruction of family ties.

II. PROPOSALS

We cannot remain indifferent or inert before this entire problem. Faithful to the charism of our Founder, Fr, Dehon, following the action proposals of the Recife Conference, and the will to participate more and more in the construction of a more just human society, we propose:

1. To deepen the social dimension of our charism, taking care that this theme be present in our entire formation journey.

2. Strengthen the work of sensitising and the critical conscientisation of the promoters of Justice & Peace and similar organisations, giving them necessary formation for a good commitment to their mission.

3. Uncompromisingly defend the absolute value of human life, promoting the dignity of each and every person, condemning all forms of attacks on them, wars, death penalty, violence, torture, exploitation, terrorism etc.

4. Promote ecumenism and intercultural dialogue, education for tolerance, respect and for co-operation with others who believe and think differently from us.

5. Pressurise a reform of movements and international organisations (UNO) in search for a new democratic world order.

6. Sensitise the laity and all the civil society for a more just, human and more evangelical citizenship.

7. Verify a possibility of concretising the priority chosen by the Southern Europe at the Recife General Conference: "Create and maintain an NGO and similar associations, as a form of support to the laity and voluntary workers."

We believe that with unity, active and dynamic participation of civil society, we can dream of a much more cheerful, just, human, peaceful and evangelical future.

Alfragide, 04 December 2001
The participants.


"IMPEGNATI IN UNA NUOVA CIVILIZZAZIONE"

Il 3 e 4 dicembre 2001, nel Seminario di Nostra Signora di Fatima, ad Alfragide, Portogallo, noi Sacerdoti del Cuore di Gesù, Promotori di Giustizia e Pace dell'Europa del Sud, ci siamo riuniti.

I. LA REALTÀ

Con il competente contributo del Dr Fernando Nobre, Fondatore dell'AMI (Assistenza Medica Internazionale), siamo partiti da uno sguardo attento alla realtà sempre più globalizzata della nostra società attuale. Abbiamo identificato alcune realtà che al tempo stesso ci preoccupano e ci sfidano a rinnovare il nostro atteggiamento e la nostra azione in favore della causa della Giustizia e della Pace.

1. La nostra società vive profondamente il fenomeno della globalizzazione a livello di economia, di comunicazione, screditando la politica e la persona umana. Questa globalizzazione tende a scavare un solco sempre più profondo che separa i ricchi sempre più ricchi dai poveri sempre più poveri.

2. Il potere oggi è esercitato soprattutto dai grandi gruppi economico-finanziari, che non conoscono frontiere né barriere nella loro attività.

3. La Comunicazione sociale promuove molte volte più gli interessi dei grandi gruppi economico-finanziari che quelli della persona umana e della sua dignità.

4. Ci sono gravi focolai di conflitto tra i popoli, civiltà e religioni, risultato di un clima d'indifferenza, di intolleranza religiosa e culturale e, a volte con punte di cinismo, che caratterizzano le relazioni interculturali della comunità mondiale.

5. Non c'è nessuna entità sovranazionale che eserciti un'autorità ferma, coerente e efficace in tutte le nazioni, data la crisi evidente e la dipendenza dell'ONU e di altri organismi simili in relazione agli stati più potenti.

6. C'è una significativa mancanza di valori e di riferimenti politici e culturali, che se riflettono nell'evanescenza delle ideologie, nella disgregazione dei tessuti sociali e nella distruzione dei vincoli famigliari.

II. PROPOSTE

Non possiamo rimanere né indifferenti né inerti davanti a tutta questa problematica. Nella fedeltà al carisma del nostro Fondatore, P. Dehon, in seguito alla Conferenza Generale di Recife e nella volontà di partecipare sempre di più alla costruzione di una società più giusta e più umana, proponiamo:

1. Approfondire la dimensione sociale del nostro carisma, cercando che questa tematica sia presente in tutto il nostro percorso formativo.

2. Potenziare il lavoro di sensibilizzazione e di presa di coscienza critica dei promotori di Giustizia e Pace e similari, cercando di dare loro la formazione necessaria al buon disimpegno della propria missione.

3. Difendere con ogni intransigenza il valore assoluto della vita umana, promuovendo la dignità di tutti e di ciascuno dei nostri fratelli, condannando tutti gli attentati che sono loro inferti: guerre, pena di morte, violenza, tortura, sfruttamento, terrorismo.

4. Promuovere l'ecumenismo e il dialogo tra culture, educando alla tolleranza, al rispetto e alla collaborazione con l'altro che crede o pensa in modo diverso da noi.

5. Fare pressione per la riforma dei movimenti e organismi internazionali (ONU), nella ricerca di un nuovo ordine mondiale democratico.

6. Sensibilizzare i laici e tutta la società civile verso tutti i cittadini, sottolineando il dovere di partecipare volontariamente e farsi coinvolgere nella costruzione di una società più giusta, più umana, più evangelica.

7. Verificare la possibilità di concretizzare la scelta prioritaria dell'Europa del Sud, dettata dalla Conferenza Generale di Recife: "Creare e mantenere una ONG e associazioni similari, come forma di appoggio al laicato e al volontariato".

Crediamo che, con l'unione e la partecipazione attiva e dinamica della società civile, possiamo prospettare un futuro più sereno, più giusto, umano, pacifico ed evangelico.

Alfragide, 4 dicembre 2001
I partecipanti