Com o início de um novo milênio conclui-se uma época que contém tudo o que somos e o que fizemos. Passamos a uma outra época na qual estão todos os nossos temores, projetos e esperanças. Estas são as impressões que acompanham todas as datas importantes que se apresentam como viradas na história. É como sair de um ambiente familiar e penetrar numa floresta escura e desconhecida.
Muito diferente é a perspectiva enfocada pela carta apostólica Novo millenio ineunte que o papa assinou a 6 de fevereiro de 2001, no encerramento do grande jubileu. Inspirando-se nas palavras que Jesus dirigiu a Pedro Duc in altum (leve para o alto), ele nos convida a:
- fazer a memória agradecida do passado;
- viver com paixão o presente;
- abrir-nos com confiança ao futuro.
Neste esquema se inspira este primeiro caderno de Dehoniana do Terceiro Milênio. Começa com um artigo de teologia bíblica sobre a solidariedade sacerdotal de Jesus na carta aos hebreus, fazendo a memória dos grandes feitos que Deus cumpriu pela nossa salvação, em sua vida terrena. Sua Páscoa é também a nossa Páscoa, anúncio do perdão e de vida nova como dom do Espírito Santo.
Neste sentido situa-se o dossiê com a lembrança de alguns grandes eventos que caracterizaram o Grande Jubileu e que o Papa qualifica como herança e confia as novas gerações para que a conservem como memória da ação de Deus na vida da Igreja e na história do mundo. Cita em particular a figura de Cristo e seus apelos pela salvação. A perene atualidade desta mensagem é colocada como compromisso de promover a solidariedade e a convivência pacífica entre os povos.
Não estamos propondo uma leitura exaustiva da carta do Papa, apenas alguns acenos para fazer a memória grata do Grande Jubileu.
Segue-se uma informação sobre dois acontecimentos, quase como se fossem os primeiros frutos do jubileu neste início do terceiro milênio. Trata-se da beatificação do primeiro dehoniano, o P. Juan M. de la Cruz García Méndez, e das linhas mestras da futura Família Dehoniana.
Depois, vem alguns artigos sobre temas de pastoral social, a inculturação do carisma dehoniano e alguns perspectivas sobre o futuro da Congregação, tais como experiências de pastoral da juventude, a formação de catequistas,a espiritualidade dehoniana atualizada e a nova evangelização num contexto pluricultural.
Marchemos para frente com esperança, repete-nos o Papa. Um novo milênio abre-se-nos como um vasto oceano no qual aventurar-nos, com a ajuda do Senhor. O Filho de Deus encarnou-se por amor aos homens e fixou sua tenda entre nós. Certamente, hoje ele continua a afazer sua parte. Bastam-nos olhos penetrantes para vê-la e um coração grande para que nos tornemos seus instrumentos na história (58).
Andrea Tessarolo